Quando seguro o meu destino entre o indicador e dedo médio me sinto dona de mim. Como tudo nessa minha vida tenho que significar, não há o que eu faça só pelo prazer carnal. O prazer pra mim corre em outras veias e pulsa em outros lugares. Meu prazer é relacionado intrinsicamente ao que eu significo. Nem sempre para os outros. A minha melancolia vem em não ser escritora da minha vida real.
Duas vidas, uma lida outra subtendida... e as pessoas não são boas em ler nas entrelinhas das ações reais. Isso faz com que eu seja uma escritora frustrada de minha própria história e assim corro para os braços do meu leitor desconhecido, ou conhecido às vezes, esperando que eu assim, tenha mais voz. Embalde continue muda.
Ele é pequeno e fálico. Sempre os de sabor exótico e sofisticado(entende-se que custa caro), afinal, não é um prazer que eu declare banalizado. São poucos por semanas...e atualmente tem sido nenhum. É como o damasco ou marula. Nunca falei disso antes... mas está longe de ser um vício vulgar. Pessoas vulgares têm vícios vulgares.
O que se subtende derretê-lo, matando-o lentamente(e me matando lentamente), a pequena brasa acesa, a fumaça dançante é que sou poderoza. Imagino que a cinza que caí são pedaços que se decompôe do símbolo fálico, do domínio do homem sobre as mulheres...e assim, devoro com a minha respiração, devoro com a minha simbologia, o instrumento de poder e da subjulgação idiota, idiota, idiota a qual nos temos submetido por séculos e séculos.
Com o cheiro da fumaça em minha narina, a boca e o pulmão cheio dela, grito. Ela é o meu grito de emancipação. É o meu grito de sou dona das minhas escolhas, da minha própria vida, da minha merda de vida e também do meu dinheiro. Também dona da minha morte.
Com o meu destino entre os dedos indicador e médio, brinco de ser mulher de verdade, crescida e livre, brinco de não querer ser beijada por ninguém, além do languido beijo de língua erótico do tabaco e de um café depois talvez.
E assisto a bucólica névoa levar para longe longe longe meu corpo, que é só matéria estúpida... como todo o corpo o é. Como todo sentido é estúpido. Como são cegos os sentidos das minhas ações... quem olha vê um sorriso de liberdade e o confunde com um sorriso de vício.
"Nada personifica o Espírito da África - a essência do AMARULA - tanto quanto o elefante africano. Símbolo duradouro, este gigante majestoso da savana africana evoca imagens eternas de uma vida selvagem não-influenciada pela modernização e industrialização."
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