domingo, 13 de junho de 2010

Nojo.

Para ela as visões mais desagradáveis foram duas.
A primeira, o seu próprio útero refletido em um espelinho amplificador na sala fria da ginecologista: talvez por não ter conseguido relaxar enquanto aquele metal indiferente era empurrado para dentro de sua carne viva, ou talvez por não se sentir confortável em abrir as pernas ao máximo e ser examinada por dentro "Parece uma autópsia, só que com a pessoa viva"... ou ainda, talvez por esse mesmo útero sangrar todo mês, ela o achou horripilante naquele espelinho redondo: parecia um bife de fígado gigante, pulsando, pulsando, pulsando... e para piorar a médica ao mostrá-lo, exclamou "Olha como seu útero é lindo!"
A segunda, como não poderia ser diferente, foi no livro de Biologia... as pessoas no geral adoram colecionar fotos desagradáveis de doenças venérias, tumores, gangrenas e outras coisas dessa espécie nesse tipo de livro...mas o que achou deveras nauseante foi aquela ampliação do cravo de pele. Parecia saído do filme "O Ataque dos Vermes Malditos", um desses nas suas tripas, tudo bem, ela poderia viver com isso... mas bem na maça dos seu rosto?! Disfarçado de um pequeno pontinho preto, madito! Até hoje ela se olha no espelho e se arrepia toda ao ver aquelas pintinhas profundas que vivem de comer a sujeira que se encrosta no tecido epitelial, independente de quanto sabonete se use.
Se pudesse pensar em um mundo perfeito, ele não teria parasitas foliculares.