Ontem depois de muita chuva, foi o segundo dia de estio. A grama e os musgos foram pintados de verde e o chão finalmente se livrou dos pequenos rios e lagoas de poça.
Levei a Lucy até o ponto do nosso primeiro encontro. Era uma caminhada bem longa. Passei muito protetor solar e bebemos água antes de depois da caminhada.A Lucy gosta de deitar sua barriguinha branca na água para se refrescar. Ela se parece mais um crocodilo ou um dragão chinês do que um cachorrinho as vezes.
Me lembrei de quando eu a via lá embaixo pela janela do segundo andar. Ela ficava um tempinho esperando lá na rua e depois sumia no meio do mato ou andando por aí atrás de comida. Em outra janela desse mesmo andar eu via flores roxas, hoje vejo as paredes nua de um prédio em construção.
Um dia tinha uma dona sentada lá na bancadinha do jardim. E de onde eu estava eu vi a Lucy, que ainda não tinha um nome dado por mim, tentando se aproximar, pedindo carinho. A dona a tocava como se ela fosse um animal muito nojento e como se pedisse algo impossível. Aquilo partiu meu coração.
Já faz mais de um ano que tenho ela aqui comigo. Ela parece nunca ter sido de outra pessoa. Se a levo a algum lugar ela espera a minha permissão para entrar. E se tento ir de um lugar a outro sem ela, chora como se eu a estivesse abandonando e simplesmente não permite que isso aconteça. Se escuta a minha chave girar no portão e sem ela junto de mim, ela grita como se estivesse sendo machucada.
Esse é o segundo bichinho completamente apaixonado por humanos que eu encontro. Não consigo aceitar que eles foram descartados por alguém, tanto amor que eles têm. Prefiro imaginar que eles ficaram perdidos e que seus donos originais jamais os encontraram. O primeiro foi um gatinho bebê preto e branco. Queria ficar onde tivesse gente, nunca havia conhecido um gato assim, que me olhasse nos olhos e implorasse por chamego sem nunca ter me visto antes.
Já tinha quatro gatos na época e eles queriam matá-lo. As poucas horas que ele ficou aqui foi um tempo em que foi tolerado pelos demais. Então, enquanto ia trabalhar, rezei: "Valha-me São Francisco! Me ajude a achar um dono para esse gatinho, por favor!" e não é que imediatamente após o pedido eu encontrei!
Um dia tinha uma dona sentada lá na bancadinha do jardim. E de onde eu estava eu vi a Lucy, que ainda não tinha um nome dado por mim, tentando se aproximar, pedindo carinho. A dona a tocava como se ela fosse um animal muito nojento e como se pedisse algo impossível. Aquilo partiu meu coração.
Já faz mais de um ano que tenho ela aqui comigo. Ela parece nunca ter sido de outra pessoa. Se a levo a algum lugar ela espera a minha permissão para entrar. E se tento ir de um lugar a outro sem ela, chora como se eu a estivesse abandonando e simplesmente não permite que isso aconteça. Se escuta a minha chave girar no portão e sem ela junto de mim, ela grita como se estivesse sendo machucada.
Esse é o segundo bichinho completamente apaixonado por humanos que eu encontro. Não consigo aceitar que eles foram descartados por alguém, tanto amor que eles têm. Prefiro imaginar que eles ficaram perdidos e que seus donos originais jamais os encontraram. O primeiro foi um gatinho bebê preto e branco. Queria ficar onde tivesse gente, nunca havia conhecido um gato assim, que me olhasse nos olhos e implorasse por chamego sem nunca ter me visto antes.
Já tinha quatro gatos na época e eles queriam matá-lo. As poucas horas que ele ficou aqui foi um tempo em que foi tolerado pelos demais. Então, enquanto ia trabalhar, rezei: "Valha-me São Francisco! Me ajude a achar um dono para esse gatinho, por favor!" e não é que imediatamente após o pedido eu encontrei!
Pedi que o chamassem de Francisco dada a proeza do Santo. E assim ele virou "Chiquinho". Saiu daqui abraçado e beijado pela nova dona que nem se importava com as perebinhas em seu pêlo sujo. Se um dia ele foi chamado de José, de Flufi ou de Gato parece não mais saber.
Lucy também tem amnésia. Não sabemos quase nada do seu passado. E aos poucos ela própria vai se esquecendo do que sabia...medo de jornal ou vassoura, medo, medo. O olhar de tristeza foi substituído por uma cara de pura sapequice. Ela é bem feliz. Nós somos felizes. Ela agora é o começo da minha família. Eu e meu noivo somos os novos ancestrais e a Lucy é a nossa companheira e responsabilidade. Nossa menina-lobo-Falcon-criatura do Hayao Miyazaki.
Caminhamos as duas juntas por horas a fio. Na volta estávamos tão cansadas que ela havia párado de cheirar as coisas do caminho. Eu não sentia a guia em minhas mãos, era como se ela não existisse. Não olhava para a Lucy e ela não olhava para mim. Andávamos exaustas em linha reta. Lado a lado. Sabia que ela estava ao meu lado porque escutava a sua respiração arfante. A rua era toda nossa. E meu coração era todo dela.
Lucy também tem amnésia. Não sabemos quase nada do seu passado. E aos poucos ela própria vai se esquecendo do que sabia...medo de jornal ou vassoura, medo, medo. O olhar de tristeza foi substituído por uma cara de pura sapequice. Ela é bem feliz. Nós somos felizes. Ela agora é o começo da minha família. Eu e meu noivo somos os novos ancestrais e a Lucy é a nossa companheira e responsabilidade. Nossa menina-lobo-Falcon-criatura do Hayao Miyazaki.
Caminhamos as duas juntas por horas a fio. Na volta estávamos tão cansadas que ela havia párado de cheirar as coisas do caminho. Eu não sentia a guia em minhas mãos, era como se ela não existisse. Não olhava para a Lucy e ela não olhava para mim. Andávamos exaustas em linha reta. Lado a lado. Sabia que ela estava ao meu lado porque escutava a sua respiração arfante. A rua era toda nossa. E meu coração era todo dela.
Que texto mais lindo, Mari! :)
ResponderExcluirA Lucy é muito linda!
E meu marido sempre falou "quando tivermos uma cachorrinha, ela vai se chamar Lucy", olha que coincidência!
Oi Flávia! Muito obrigada por comentar! Fico muito feliz que você tenha gostado! Tenho certeza que a sua Lucy também vai ser muito feliz! Beijinho!
ResponderExcluirLindo texto Mari...
ResponderExcluirEstou pela primeira vez visitando seu blog... e gostando...
Abraços
Cleide Amorim
Lucy in the sky with (Mariana) Diamond(s)! :D
ResponderExcluirUma Crônica que emocionou pela simplicidade e sensibilidade e sinceridade nos sentimentos
ResponderExcluirY LOVE LUCY!
Veloso querido,
ExcluirNão sei porque cargas d'água meu comentário em resposta ao seu não apareceu, mas "better late than never". Sempre feliz com suas visitas. Beijo.
Flávia, você está certíssima! Essa foi uma das inspirações para o nome!;-D
ResponderExcluirCleide, muuuuito obrigada pela visita! Fico muito feliz! Volte sempre!
E Veloso querido, fico toda orgulhosa de ter você entre meus leitores porque sou sua fã! Admiro demais o seu talento! Obrigada demais!
Adorei a Lucy! Eu nunca tive um cachorro, até porque sempre morrei em apartamento, falta espaço, mas amo animais.
ResponderExcluirMuito obrigada Thiago! Um dia você ainda terá um bichinho! ;-) Beijoca.
ResponderExcluirRealmente, a Lucy é igual ao dragão em história sem fim. Tão doce! Amo cachorros!
ResponderExcluirÉ sim Elisa! Obrigada por comentar! Você é uma linda! :-)
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