Ao leitor, esse ser imaginário com quem por vezes entrelaço os dedos, o cheiro do papel e a percepção que nós também nos tornamos acobreados.Esse pedaço de papel é feito de carne, da minha.
domingo, 4 de abril de 2010
O Rabinho.
A menina nasceu com um rabinho. Ele era diminuto e singelo, no encontro entre as suas costas lisas e suas nádegas redondinhas. O rabinho era completo: carne, pele e osso. Ela conseguia movê-lo se quisesse. Mas não era simples como mecher um dedo... era mais como quem consegue mecher as orelhas. Gastava concentrar-se. A mãe a instruiu a deixar o rabinho sempre escondido...porque ela era única no mundo e as pessoas morrem de inveja de quem é diferente e tendem a ser cruel. Ela escondeu o rabinho por toda a sua vida, mas não deixava de achá-lo bonito e de se achar uma mulher especial. E se porventura o revelasse à alguém, esse alguém era marcado para sempre...e se tinha alguma saudade, essa saudade era ainda maior, porque não havia no mundo alguém que houvesse namorado duas meninas assim.
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Adoro este Conto! Mari gostaria de ver alguns desenhos seus manda para o BAÚ!
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