A menina tinha um rubi. Ele era roubado e secreto(para alguns). Tinha gosto de coisa muito proibida, de tentação das tentações... contra a luz ele deixava a atmosfera tão embrigada e lasciva e tudo girava, girava, girava como a dançarina no mastro. Ele era lapidado e bruto ao mesmo tempo. E nada combinava tanto com veludo negro quanto aquela pequena pepita(nem tão pequena assim)... Ela era dela sem ser. E de certa maneira à tinha escolhido por ter sido deixada ao alcance de suas mãozinhas curiosas e sedentas... o rubi era geladinho e parecia gostar muito daquela pele alva de bochechas rosadas, ele dizia que a menina era deliciosamente pálida com um tom de saúde. O rubi era enfeitiçado, a menina nunca queria saber de outra pedra, nunca achava pedra melhor, ou parecida, ainda que lhe fossem oferecidos diamantes delicadinhos e memoráveis, quartzos quentes e sinuosamente desenhados. Na verdade, as outras pedras não eram piores, estavam sendo injustiçadas... porque somente o rubi era roubado. Somente o rubi era erótico e voluptuoso, tinha um ar e um cheiro de pedra antiga com uns toques inusitados em seu corte. O rubi era tão sofisticado que a menina sentia prazer só em olhar.
adorei o relato
ResponderExcluirLindas metáforas...
ResponderExcluirÓtimo texto e, como supracitado, belas metáforas.
ResponderExcluirTens minha profunda admiração pelo blog.