domingo, 30 de agosto de 2009

Cordas.

Tenho duas coisas em minhas mãos. Meu falo e as milhares de cordas que movimentam uma indústria mórbida de decadentes fantoches humanos, se abrindo, se sujando, se limpando, se atracando, se amando ou não, com famílias, pais, mães, filhos e filhas ou não, se sentindo bem vivendo assim, ou atuando de maneira incontrolável e convincente: estrupos, pedofilia, jogos de poder. Ou apenas vendendo o que se tem pra vender, a alma, o corpo, a individualidade e a legitimidade do prazer, se abrindo, deixando se ver dentro mais sem se ver. Sendo os invisíveis, os personagens, glamour decadente ou apenas ganham pão. Sem possuir ao menos nomes nos créditos, ninguém os sabe da maioria bruta. Bebendo o semen de vários ou de outros animais, sendo animalescos ou simulando amar. Prostitutos e prostitutas, alguns sonhando em ser atores mas sonhos distantes para quase todos, porque se coisificam, esperam as linhas serem movidas, nem como humanos afinal. E por trás de tudo isso, consciências enubriadas pelo prazer ou não. Agora sou apenas um membro, despido de roupas, almas e pensamento. Sou um membro solitário e imaginativo me alimentando de fantasias que não são caras nem tangenciáveis. São míseras fantasias, ocas, de pessoas que se vendem e são só membros também. Membros puxados por cordas. Justamente as que eu seguro agora. Então, já não somos pessoas. É simples assim?!